Marchas Populares de Avelar

Por José Maria Medeiros

No período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, a sociedade avelarense viveu um tempo de grande dinamismo social, cultural e desportivo espelhado nas transformações operadas na Sociedade Filarmónica Avelarense, no ressurgimento do Atlético Clube Avelarense, e no surgimento de novas coletividades e organizações, de que são exemplo o Rancho da Rapoula e a C.O.F.T.A. (Comissão Organizadora das Festas Tradicionais Avelarenses).

Nos anos de 1977 e 1978, a COFTA organizou os festivais de marchas populares. Esta iniciativa implicou uma envolvência efectiva de grande parte da sociedade avelarense, mobilizando compositores, músicos, letristas e marchantes das diferentes ruas e lugares de Avelar. Assim surgiram as marchas da Rua da Vila; Rua 5 de outubro, Rua Armando Moreira e Rua das Flores; Castelo e Casal; Alto Prazo; Rapoula; e Rascoia. O Avelar por inteiro estava envolvido na preparação e concretização deste evento. A Festa, feita por avelarenses para avelarenses, começava logo durante os ensaios, que constituíram o contexto para excelentes momentos de partilha e de convívio, e durava até junho com a apresentação das marchas no Terreiro. O Avelar em massa assistia pois, com orgulho, identificava-se com a marcha da sua rua ou lugar.

Fica a memória de um tempo, talvez irrepetível, em que uma comunidade coletivamente se mobilizou para simplesmente fazer uma festa, e de de uma forma mais feliz e intensa sentir a sua Terra.

São estas memórias e este património que importa, agora, resgatar, preservar, divulgar e vivenciar, para que possam também ser um elemento integrante da identidade avelarense.